Não aprendi fazer guerra
Aprendi fazer poesia
Com minha viola nos braços
Canto a noite inteirinha
Não quero mandar tristeza
Quero mandar alegria
Numa roda de viola
Canto até romper o dia
Ganhei uma violinha
Tinha nove ou dez anos
Foi meu primeiro presente
De alegre fiquei chorando
Meu pai colocou fitinha
Nas craveiras enfeitando
Nas companhias de reis
Nós cantava todo ano
Participei de uma festa
De viola no sertão
Só tinha minha viola
Pra alegrar a multidão
Repiquei minha viola
No pagode batidão
Ganhei o prêmio da festa
E a viola seus coração
Ouvindo o som da viola
O povo aplaudiu de pé
É isto que o povo gosta
É isto que o povo quer
Minha viola é brasileira
Igual rancho de sapé
Quem não gosta de viola
Bom brasileiro não é